quinta-feira, 30 de abril de 2009

Há dias assim, cinzentos

Já nem sei mais o que escrever.

A consulta no Otorrino (O Terceiro) foi hoje. E vim de lá com uma forte suspeita de que o ouvido interno esteja afectado. Pelo que, mesmo fazendo a tal operação - para retirar o líquido e as adenóides -, ele pode continuar a ouvir mal. Diz o médico que a audição só melhorará aquilo que a retirada do líquido ajudar.

É que ele está a ouvir mesmo muito mal, como já sabíamos. Como ainda não tem idade para fazer um audiograma (só fez timpanograma), é necessário fazer um exame sob anestesia geral. E só é viável fazê-lo se não existir líquido no ouvido médio. Porque, se existir, ficamos sem saber se os resultados do exame foram condicionados pelo líquido ou não. Assim sendo, vai fazer um tratamento com corticóide durante 12 dias, para ver se o líquido desaparece. Se desaparecer, faz-se o exame para avaliar a perda de audição. Se não desaparecer, tem de ser operado para lhe ser retirado o líquido e as adenóides. Logo se vê se coloca os tubinhos, e faz-se o tal exame nessa altura.

Voltamos à consulta daqui a três semanas, mais cedo se notarmos que o tratamento não está a resultar. Diz que não há necessidade de esperar mais, que não vai dizer para voltarmos em Outubro, que não é para amanhã mas é urgente. Que ele já devia falar ou, pelo menos, perceber o que lhe dizem. Diz também que quando há uma lesão do ouvido interno não costuma ser bilateral, mas que é uma forte possibilidade. Também pode ser que o líquido no ouvido médio seja tanto que o faça ouvir muito mal, mas não há uma forte probabilidade de que seja isso.

Se os nervos do ouvido interno estiverem afectados, nem com o uso de um aparelho auditivo a audição ficará a 100%.

Como é que eu estou? A balançar-me entre a interrogação 'O que é que eu andei a fazer todo o santo dia nos médicos - pediatra e otorrinos -, a dar dinheiro para caridade?' e, claro, 'O que é que fiz de errado?'. Os médicos dizem-me para não me preocupar, dizem-me para lá voltar meses e meses depois, dizem-me que está melhor, e eu vejo o meu filho a ouvir pessimamente. Dizem-me que a hipótese de sequelas é reduzida. E agora, afinal, o meu filho vai ficar surdo? Desculpem-me, mas apetece-me ir ali esfaquear uns senhores doutores... Eles depois tratam das sequelas uns aos outros.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Al dente


O primeiro dente caiu ontem, antes do jantar. Estava quase quase a sair. E eu, antevendo a situação, fui buscar a máquina fotográfica à divisão ao lado, para ver se conseguia tirar uma foto da M. ainda com o dente semi-preso.

Foi só o tempo de pegar na máquina e aparece-me a M., em pulgas, a exclamar que lhe tinha saído o dente! Não consegui tirar uma última foto. Snif... Depois tiramos várias fotos à desdentada e ao dente. Ela ficou em êxtase, que agora é 'moda' na salinha dela não ter dentes. ;)

Embrulhámos o dente num guardanapo da Kitty e pusemos debaixo da almofada. Durante a noite, a Fada dos Dentes, levou o dente e deixou duas moedas em substituição. Foi o delírio de manhã! E a M. discuuuuursa sobre a Fada dos Dentes, e inventa, e fala que nunca mais acaba. Aliás, está uma 'faladeira' e 'socialite' que só visto.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

De ouvidos bem fechados

E depois da pneumonia, o papá ficou com uma tosse do pior e arranjou uma virose (?) que durou uma semana. Foi a gota d'água. Consegui antecipar a consulta de pneumonologia/alergologia que tinha marcado para ele. O médico deu-lhe uma catrefada de medicamentos, mas todos eles (pelo que temos verificado) úteis. A tosse passou quase imediatamente. Fez-lhe o teste das picadas para ver se tinha alergias. Nem uma, facto que tanto nós como o médico já suspeitávamos já que a análise ao sangue tinha revelado não existir tendência para alergias. O médico também concorda que tudo tem origem no nariz: na rinite/sinusite, mas mandou fazer TAC torácico só para despiste. No dia 27, segunda-feira, há consulta com novo otorrino, já que o outro não nos tem 'enchido as medidas'.

E com o pai, à consulta de ORL vai também o mais novo. Ter uma segunda opinião (neste caso já vai em terceira, mas enfim). Nem me apetece escrever muito sobre o assunto... A verdade é que tanto em casa como no colégio se nota muita perda de audição no M. Praticamente todas as palavras (muito rudimentares) que já ia dizendo, deixou de dizer. Há alturas em que parece melhor, há alturas em que está francamente pior e nota-se pelo coçar das orelhas (geralmente coincidem com nascimento de dentes ou tempo frio e húmido).

Não tem tido febre nem estado doente, não tem tomado antibióticos, e anda sempre feliz da vida. E farta-se de palrar. Mas a linguagem é praticamente inexistente. Sabe dizer 'dá' para pedir, mas acho que até isso anda a dizer cada vez menos. Se a opção cirurgia me metia imenso medo, agora, sinceramente, se me dissessem que era necessário operá-lo para recuperar a audição, não pensava duas vezes. Ele é extremamente inteligente e vivaço, mas noto que cada vez mais lhe faz falta a linguagem. Os outros sentidos estão mais apurados, claro, o que não acho muito positivo. Está praticamente desligado do mundo em termos de audição, só ouve sons muito altos. E, claro, imita tudo o que fazemos, porque é o que o liga ao mundo. Sinto-me triste e um pouco perdida. Daí ir na segunda-feira a outro otorrino. O primeiro disse, no Outono, para só lá voltar em Março/Abril; o segundo disse, há pouco tempo, para só voltar em Setembro, que ele está melhor e tal e que há casos muito mais graves. Pois bem, eu acho que o facto do meu filho não ouvir não é grave, é gravíssimo. Ele pode não tomar antibióticos nem ter febre, mas volta e meia fica com os ouvidos muito inflamados e não ouve quase sempre.

Há tempos, achei que ele andava a mexer mais nas orelhas e resolvi ir até ao centro de saúde, que estava praticamente vazio, com ele. A médica era uma abrasileirada, muito disponível, e até chamou uma colega para ter outra opinião. Segundo elas, não tinha líquido nem cera nos ouvidos. Um dos ouvidos estava bem, mas outro tinha uma perfuração da membrana do tímpano. Diz a médica que, em geral, as perfurações saram por si só, e que o grande problema neste tipo de otites é, obviamente, a perda de audição.

Eu anseio por segunda-feira, e vou dizer ao otorrino que não estou nada tranquila, que não quero que o meu filho fique com sequelas, que não me importo que use um aparelho auditivo enquanto não se conseguir solucionar de outra forma, que se a melhor opção for operar o meu coração evapora-se mas tem de ser. É que o meu filho fica a olhar para as pessoas que falam com ele e percebe que lhe estão a dizer alguma coisa, mas não sabe o quê. Ou melhor, não ouve.

Adenda: Consultas adiadas, pelo consultório, para quinta-feira, dia 30. Mais uns dias de espera...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dentes, parte II, de facto!

Tinha razão. A mais velha tem mesmo um dente definitivo a nascer lá atrás. Aliás, está quase todo cá fora, já. À frente, em baixo, tem um dente a abanar, mas ainda nenhum de leite caiu. Ela queixava-se, de vez em quando, que lhe doía a lavar os dentes, mas não era qualquer problema com os dentes de leite, era mesmo um dente novo a querer rebentar! Para já, parece estar a nascer bem no sítio dele, sem incomodar os restantes inquilinos. Até porque a M. tem bastante espaço entre os dentes (principalmente os que estão mais à frente), o que, segundo os dentistas, é bom porque ajuda a prevenir dentes encavalitados.

Qualquer das formas, como a M. foi à dentista da clínica pediátrica há já um ano, marquei consulta para a semana que vem. Vamos lá ver se está tudo bem com os dentes veteranos e com os novatos.

Vou aproveitar para levar, também, o mais novo, uma vez que ele caiu no colégio, na sexta-feira passada, e ficou com os dentes e as gengivas da frente, em cima, maltratados (ficaram pisados e com ligeiramente sangrentos).

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Gardasil

Hoje fui tomar a primeira dose da vacina Gardasil. O meu ginecologista recomenda vivamente, diz que o único senão é o preço (pois!). Segundo ele, a partir dos 27 anos deixa de haver eficácia de 100%, passando para 90%, mas, ainda assim, é uma percentagem bastante elevada.

Deu-me também o nome e a morada de uma farmácia nortenha que vende cada dose por cerca de 135 euros (o P.V.P. é cerca de 160 euros). Fica um pouco distante, mas compensa. Se alguém quiser saber qual é a farmácia, just ask me.

Dói-me o braço, mas sinto-me melhor. Oito em dez mulheres é muito, não é? E não é por isso que vou negligenciar os rastreios anuais, claro. Aliás, antes de perfazer um ano, lá estou eu.