segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A senhora da mercearia sabe de tudo um pouco

Na passada quinta-feira, dia 17, o M. foi tomar a vacina da Gripe A. A quantidade de 'líquido' pareceu-me minúscula, foi rápido, e, até ver, não houve qualquer reacção. Até a zona da picada ficou quase intacta. O enfermeiro que administrou a vacina, daqueles homens de meia-idade, bigode e poucas falas, pôs-lhe um penso a repuxar a pele toda. Quando eu estava prestes a tirar-lhe o penso porque aquilo estava a fazer-me impressão, ele mandou parar. Disse que é suposto ser assim, deve ser uma técnica qualquer para evitar que aquela zona fique inchada, digo eu, uma vez que efectivamente o braço ficou em perfeito estado.

No fim da toma, a enfermeira que estava à secretária, meteu conversa com o M. Perguntou-lhe se tinha namorada. E eu fiquei a olhar para ela com cara de tacho, de certeza. O meu filho pouco fala, se lhe perguntasse a idade ele até saberia responder, agora 'se tem namorada'? Nem sabe o que isso é. Só conhece mamã, mana, Kittys, Winks e afins, ainda não chegou lá... Ela tem um filho com pouco mais de dois anos e contou que ele pouco dizia, mas que uma tia dela, professora primária e com diplomas em não sei o quê que não percebi mas devia ser algo de importância, dizia para ela não se preocupar. Ele percebia o que lhe diziam e isso, segundo ela, significava que o 'foco' da linguagem estava bem, que a fala viria depois... Segundo a enfermeira, quase de um dia para o outro, o filho começou a falar muito, a dizer frases com tempos verbais e tudo. Disse para não nos preocuparmos. Em vão. Preocupo-me na mesma.

O M. saiu do gabinete e teve de ficar um pouco à espera, cá fora, para ver se fazia alguma reacção. Qual quê. Pôs-se logo a correr de um lado para o outro nos corredores e a meter-se com quem por lá andava. Outra enfermeira passou por ele e ficou admirada por ele já ter tomado a vacina, pensava que ainda estava à espera para entrar. Disse que já estava visto que não ia ter ali qualquer reacção. E não teve.

Amanhã vai a M. à vacina, uma vez que alargaram o limite de idade. Não se pense que não tenho algum receio. Claro que tenho, até porque, como já comentei, hoje em dia há vacinas para tudo, há vacinas a mais. Só que, por outro lado, acaba por ser um sossego, principalmente numa altura de pandemia. Tenho mais medo da doença do que da vacina. E se eles tomaram, pela primeira vez, a vacina sazonal, como é que poderia não lhes dar esta vacina para uma doença que tem trazido consigo complicações graves a nível pulmonar? E sou daquelas que acreditam mais no que é veiculado pela OMS do que pela senhora da mercearia: por alguma razão a mulher da mercearia trabalha na mercearia e não na OMS.

Se pudesse também tomava. Desde que tive a M. perdi o medo absurdo que tinha de agulhas. Agora, se for preciso ir, lá vou eu, corajosa e saltitante, em direcção às picadelas. Fiquei triste (pode?!) quando disseram no noticiário que estão a pensar alargar o limite de idade até aos 30 anos. Tenho mais um bocadinho do que isso. Acho que já disse aqui que não sou normal, mas é só para relembrar. :P

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pequenas conquistas

Identifica praticamente todas as partes da cara e do corpo. Diz pé há muito tempo, por vezes diz mão e ultimamente parece tentar dizer mais algumas partes.

Imita o Sapo. 'Como é que faz o Sapo?', pergunto, e ele faz os gestos do anúncio.

'Canta a Popota, M!' e ele cantarola 'ta-ta ta-ta-ta ta-ta ta-ta-ta'. Também canta os Irmãos Koala e suspeito que aprendeu o 'Pinheirinho' no colégio.

Depois de pedir para o tirar da cadeira do carro (diz qualquer coisa parecida com 'tira'), quer descer dela e saltar do carro sozinho (os meus filhos têm mesmo a mania da independência): conta 'um, dois, três', à sua moda, e salta.

Quantos anos tens? 'Dô!', por vezes acompanhado dos dois dedos indicadores em riste.

Muitas vezes pedimos-lhe que identifique os membros da família. Há dias, por iniciativa dele, identificou todos de seguida, muito satisfeito: mamã, papá, ana (mana/M.), e uma espécie de avô e avó.

Ainda pouco fala e já quer saber ler.:P Estava a M. no banho com ele, a tentar ler o que dizia no sabonete líquido e chega à conclusão que é 'ba-nho!'. O M., quando consegue apanhar a embalagem, imita a irmã, apontando com o dedinho e dizendo 'ba ba ba'. O feito repetiu-se quando a M. estava a ler o título de um livro da Dora. Lá foi ele, a seguir, ler também.