sexta-feira, 7 de novembro de 2008

(Pseudo)consulta - daquelas que não servem para grande coisa

O otorrino perguntou se deitou pus pelos ouvidos. Não.
Perguntou se ressona. Em geral não. Se acontece, é muito discreto.
Parece-lhe que ouve bem? Sim.
Anda no colégio? Sim (ou andava).

Depois observou-lhe os ouvidos. Muito bons, os dois.
De seguida, fez-lhe um timpanograma. E este diz que está a ouvir mal. Os ouvidos parecem bem, mas o exame diz que não. Voltou a observar-lhe os ouvidos. Mais uma vez, estão muito bem, mas a máquina diz que não. Claro que aí congelei. Primeiro diz-me que está tudo bem, e depois diz-me que está a ouvir mal. :S Balde de água fria. Linda observação para se fazer diante duma mãe: 'eu acho que está bem, mas a máquina diz que não'. O problema será dele, da máquina, do meu filho, de nenhum, de todos...?
O nariz está bem, assim como a garganta. Não lhe parece que seja um problema de adenóides, até porque, segundo ele, não tem cara de criança com esse problema.

Perguntou se ele podia não ir para o colégio. Disse que sim e, aí, ficou maravilhado. Disse que é o melhor tratamento que podemos fazer. Pelos menos até fim de Março, para depois ser reavaliado. Disse que não sabe se vai ter de ser operado mais tarde. Que não sabe se passa aos três anos. Tem de se ir vendo. Não vale a pena ser visto antes de Março, porque durante o Inverno não irão ocorrer grandes alterações. Vai fazer uma otite aqui e ali (optimista o otorrino, portanto), mas se for para o colégio aí é que vai andar sempre com otites, porque basta um miúdo andar ranhoso para o contagiar.

Disse que nos EUA fazem a operação de colocar drenos nos ouvidos mesmo a bebés com três meses, mas que por cá só aos dois anos. E que geralmente se tiram as adenóides durante a operação. Conversa puxa conversa, no próximo Outono o meu filho poderia já ter feito a operação (what?). Mais uma vez, optimista o otorrino. Segundo balde de água fria. O que é feito do 'geralmente passa com a idade'? E então não tem problemas de adenóides e fala-me em tirá-las? Não ressona, dorme muito e bem, come muito e bem, tem bom aspecto, não anda com a boca aberta, nunca teve problemas de amígdalas (geralmente associados aos de adenóides) e depois vamos lá tirá-las? Pareceu-me muito precipitado, até foi afável, mas precipitado, e demasiado despachado, e logo comigo que gosto que os médicos me dêem explicações como se fosse muito burra. (Se quisesse uma definição curta e grossa do problema ia ao dicionário, sempre era mais barato.) Pelo meio, lá disse que a otite é recente e que pode estar a ouvir mal por causa disso, mas, ainda assim, não vale a pena repetir o teste antes de Março porque não haverá alterações. :S Senti-me... verde. Isto faz algum sentido?

Se há uma virtude que o pediatra dos meus filhos tem é não ser alarmista. É muito calmo e encara sempre o problema do prisma mais favorável. Só por aí acho que já ajuda. Desdramatiza. O que ele me disse foi que se os problemas respiratórios da mais velha passaram por volta dos dois anos, dois anos e meio, o mais provável é que os problemas respiratórios do mais novo passem também por volta dessa idade. Porque estas coisas costumam ter muito de genético. Falou por alto na operação, mas disse que só se costuma fazer bastante mais tarde e que não havia razões para pensar nisso agora.

Ainda segundo o otorrino, devemos falar alto com o mais novo, para o cérebro se desenvolver. Aumentar o som do televisor, deixá-lo fazer barulho, etc., para que consiga ouvir melhor. E eu que até acho que ele se assusta com sons mais altos, tenho andado aqui por casa como se fosse um megafone. O miúdo fica meio parvo a olhar para mim, mas, pronto, o otorrino lá deve saber. Por acaso, ontem à noite estava na cozinha com ele, com o televisor ligado e a máquina de secar roupa a funcionar. Estava um pouco distante dele e ele começou com uma espécie de cantarolar, eu imitava-o e ele imitava-me, apesar do ruído todo à volta. Hoje de manhã, ele acordou e estava a chorar no quarto, tendo a porta fechada. Para testá-lo, não abri a porta nem liguei a luz, e chamei por ele não muito alto. Parou de chorar, por isso penso que me ouviu.

Como estou cheia de dúvidas e este otorrino não me 'convenceu', vou marcar consulta com o otorrino do meu marido. É mais falador, não fosse professor na universidade, e explica bem com exemplos, desenhos e tudo o mais. Além disso, é sexy (lol). Tudo boas razões para lhe pedir uma segunda opinião. E torço para que seja uma consulta a sério.

4 comentários:

Mãe das Marias disse...

Eu tb ando aqui sem saber o que fazer... o pediatra disse-me que não via necessidade de ela ser observada por um otorrino, mas vou procurar um para ficar mais descansada...
A minha é que não pode sair da creche, por isso estou a ver o caso mal parado...

beijos e melhoras***

. disse...

A máquina é que deve ser das antigas. Não stresses. Vai a essa segunda consulta. Luz

Carla Santos Alves disse...

Olha o meu filho mais velho sofria imenso com otites, deitava pus e tudo!Era terrivel!
Depois dos 6 anos passou, assim do nada!
Desde aí até hoje teve 1 otite!

Conselho:
Andar sempre assoado, lavar o nariz com água do mar e limpar bem os ouvidos com agua do mar tb, pede na farmacia que eles conhecem!
O meu hoje tem quase 11 anos e tem o cuidado de se assoar que nem imaginas!!!LOL!!!Ajuda muito!

Bjs e as melhoras!

Mamã Pirata disse...

Estou parva e baralhada,imagino tu que és a Mãe.

N sei se ria ou se chore por termos médicos destes que falam falam e n dizem nda de jeito.

Vai pedir uma 2ºopinião...vai.